Este artigo trata do processo de constituição das organizações de trabalhadores rurais enquanto sujeitos do desenvolvimento. A partir do estudo comparativo de dois casos, em torno da gestão dos recursos naturais, demonstramos a construção de uma convergência política entre as necessidades de fortalecimento da agricultura familiar e as de preservação do meio ambiente. Essa convergência, fruto de uma construção retórica que tem efeitos na prática, favorece uma nova imbricação entre ação pública e ação coletiva. Esta imbricação, porém, não pode se dar sem a existência de um sistema de atores atuando em regime de interdependência, gerando assim uma verdadeira teia de aprendizagem social, na qual os atores produzem novas formas de governança apoiadas na busca pelo controle da historicidade do desenvolvimento.