Camponeses do Brasil : entre a troca mercantil e a reciprocidade
Sabourin E.. 2009. Rio de Janeiro : Garamond, 328 p..
Quando cheguei ao Brasil, após uma experiência de dez anos com comunidades indÃgenas e camponesas dos Andes (BolÃvia, Peru) e da Africa negra, fui aconselhado a esquecer tudo da noção de comunidades camponesas. Por isso, tardei a mobilizar as categorias sociais e antropológicas que havia utilizado antes; além do mais, a temática do campesinato tinha sido, aparentemente, resolvida pela universidade brasileira durante os anos 1980. Aliás, minhas leituras tinham me convencido de que iria me deparar com trabalhadores rurais assalariados (ou sem-terra) ou com pequenos proprietários mestiços completamente integrados ao mercado capitalista e à sociedade global. Pois não era nada disso. As comunidades rurais, incluindo-se aquelas cuja constituição pude acompanhar, conservavam caracterÃsticas camponesas fortes, no sentido dado por Wolf e Mendras. Assim, examinei a hipótese da manutenção de lógicas camponesas, que acabou sendo validada em vários casos, sobre-tudo no Nordeste. Todavia, o caráter camponês destas comunidades rurais é apenas parcial, sendo por sua vez sujeito a evoluções.
Mots-clés : paysannerie; brésil
Ouvrage
Agents Cirad, auteurs de cette publication :
- Sabourin Eric — Es / UMR ART-DEV