O caso das referências das políticas de DTR na Argentina e a s sua relação com o modelo brasileiro é algo mais nuançado. De fato, as políticas brasileiras e argentinas de agricultura familiar e de desenvolvimento territorial foram implementadas no mesmo período e de maneira quase paralela, mas não foi sem contatos entre as duas apesar de alguns relatos oficiais que ora negam ou minimizam a circulação das ideias e soluções de outros países. No entanto, apesar das semelhanças na trajetória e na institucionalidade a principal diferença tanto para o apoio aos agricultores familiares como para as estratégias de desenvolvimento territorial, é a ausência na Argentina de fundos constitucionais para crédito e subsídios coletivos na escala federal, a diferença do PRONAF e do PROINF no Brasil. Por sua vez, isto tem a ver com o processo de privatização dos grandes bancos públicos argentinos em nível federal, bem como o fim do Banco Nacional de Desarrollo (BANADE) em 1993. O capitulo é dividido em três partes; a primeira trata do contexto das políticas públicas para agricultura familiar; a segunda apresenta as ideias e desenhos das políticas de DTR e a terceira analisa as principais modalidades de disseminação de modelos que influenciaram essa política pública na Argentina.