Estratégias alimentares de famÃlias rurais pobres na região Oeste de Santa Catarina
Tecchio A., Cazella A.A., Sabourin E., Cortes G.. 2019. Redes, 24 (3) : p. 217-240.
A sociedade civil brasileira contribuiu na concepção da Segurança Alimentar e Nutricional e, a partir de 2003, na formulação e gestão de polÃticas públicas especÃficas. Essa noção defende o direito das pessoas ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades básicas. Com base nessa perspectiva, este artigo tem por objetivo analisar as estratégias alimentares de famÃlias rurais pobres. A análise fundamenta-se em pesquisas realizadas em dezesseis municÃpios com caracterÃsticas rurais da região Oeste de Santa Catarina, junto a 67 famÃlias assistidas pelo Programa Bolsa FamÃlia entre 2011 e 2018. Os resultados indicam que as famÃlias pobres adotam diversas estratégias de aprovisionamento de alimentos, com destaque para quatro mecanismos: i) produção tanto em áreas rurais quanto no perÃmetro urbano; ii) aquisição em mercados que permitem o pagamento a prazo; iii) empréstimo, troca e doação junto a familiares e/ou vizinhos; e iv) doação de empregadores, igrejas e prefeituras. Nenhuma famÃlia estava passando fome, mas quase todas viviam em situação de insegurança alimentar, além de se privarem de outras necessidades básicas em prol da alimentação. O conjunto de polÃticas públicas melhorou a alimentação das famÃlias rurais pobres, todavia, não foi suficiente para assegurar o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e diversidade, uma vez que não removeu os principais condicionantes da pobreza, que é o acesso a terra e a mecanismos de inserção produtiva.
Mots-clés : sécurité alimentaire; pauvreté; sécurité alimentaire des ménages; consommation alimentaire; pauvreté rurale; brésil; autoconsommation alimentaire
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Article (b-revue à comité de lecture)
Agents Cirad, auteurs de cette publication :
- Sabourin Eric — Es / UMR ART-DEV