As práticas produtivas e alimentares no espaço rural do Oeste de Santa Catarina: A ação pública na busca e na crítica à modernidade
Grisa C., Tecchio A., Chechi A.L., Sabourin E.. 2020. Estudos Sociedade e Agricultura, 28 (1) : p. 78-108.
DOI: 10.36920/esa-v28n1-4
A região do Oeste de Santa Catarina se integrou à “modernização da agropecuária” a partir da década de 1950, por meio da agroindustrialização de alimentos, tendo como protagonistas o Estado, a sociedade civil e o mercado, que atuaram nos níveis nacional, estadual e municipal. Baseado na sociologia da ação pública, o objetivo deste artigo consiste em verificar como as políticas públicas promoveram amodernidade e como ações e políticas públicas mais recentes reforçam ou delineiam novos padrões e trajetórias de desenvolvimento rural e influenciam práticas produtivas e alimentares. A coleta de dados associou revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Em 2018, foram realizados dois grupos focais, 13 entrevistas semiestruturadas com gestores públicos e mediadores de sete organizações atuantes na região, e foram aplicados 49 questionários em domicílios rurais localizados em Chapecó e nove municípios vizinhos. Os resultados da pesquisa indicam que a modernidade levou uma parcela significativa de agricultores familiares a produzirem menos alimentos para o autoconsumo e a consumirem mais alimentos industrializados e ultraprocessados, além de ter provocado concentração da produção, êxodo rural e poluição ambiental. Diante desses riscos e incertezas, “novas” práticas produtivas e alimentares emergiram e novos atores passaram a construir alternativas à modernidade. As “novas” estratégias produtivas consistiram na agroindustrialização de alimentos, na produção agroecológica, no resgate da biodiversidade, na criação de feiras e na manutenção da produção para o autoconsumo, apoiadas por diversas ações e políticas públicas. O mesmo Estado que produz riscos, ameaças e incertezas produtivas e alimentares, tambémcontribui para a segurança alimentar e nutricional na região.
Mots-clés : secteur agro-alimentaire; système de production; sécurité alimentaire; développement rural; développement régional; agroécologie; biodiversité; agriculture durable; consommation alimentaire; brésil; politique publique
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Article (b-revue à comité de lecture)
Agents Cirad, auteurs de cette publication :
- Sabourin Eric — Es / UMR ART-DEV