A recente pandemia de la COVID aconteceu num mundo cada vez mais globalizado: a transmissão foi rápida e mundial e, ao mesmo tempo marcado por desigualdades crescentes, com consequências marcantes a curto como a longo prazo, podemos distinguir duas grandes situações e reações: - Para as sociedades mais abastecidas foi um golpe inédito na época recente, e foi uma experiência, de certo modo uma aprendizagem. Dentro dessas sociedades dos países mais desenvolvidos e dos países emergentes as classes mais abastecidas se vieram tão ameaçadas pelo vírus como as mais pobres, embora com condições totalmente desiguais para enfrentar a crise: essa pandemia provocou novas emoções e reflexões em torno da vulnerabilidade e da morte que tem dado lugar a debates e controvérsias. Todos nos interrogamos sobre como poderíamos ter evitado o confinamento e sobre as alternativas em termos de modelos de sociedade, de modelo de consumo, ou de desenvolvimento. Para os que tiveram a possibilidade de refletir, levou à uma reflexão sobre a questão de valores) - Para as sociedades e comunidades mais pobres e vulneráveis, foi apenas mais um golpe entre muitos outros. Nos países mais pobres e geralmente já tocados por pandemias anteriores (SARS, Ebola) ou graves crises (guerras, conflitos ambientais, catástrofes naturais), a Covid foi só uma praga a mais, entre várias outras. A questão era e continua sendo “como sobreviver”. Mas isto não leva a que não exista também a questão dos valores.... No entanto, as formas de aprendizagem nessas duas situações de recepção da pandemia em termos de emoção, reação diferentes. E, obviamente existem situações intermediarias.