Esta comunicação analisa o processo de emergência de novos atores e de novas funções do desenvolvimento rural a partir de observações na escala local e regional, no Nordeste e no sul do Brasil. A conjunção dos fenômenos de descentralização administrativa, de globalização dos intercâmbios, de desengajamento do Estado e de desregulamentação das cadeias produtivas agrícolas, têm provocado, primeiro no sul do país, e fogo no Nordeste, mutações técnicas e institucionais dos processos de desenvolvimento rural. A partir do acompanhamento e da avaliação de diversos projetos de desenvolvimento rural no Nordeste semi-árido e de referências comparativas no sul do Brasil, o autor identifica várias dinâmicas territoriais associadas a emergência desses novos atores rurais (prefeituras municipais, organizações não governamentais e organizações de produtores, conselhos municipais, etc.). Em particular, são analisadas novas funções de apoio ao desenvolvimento rural, implementadas a partir de lógicas territoriais específicas, locais ou regionais. 0 texto conclui com o descompasso entre essas realidades e iniciativas territorializadas e as políticas públicas desenhadas nas escalas estaduais e federais.