A noção de multi funcionalidade, ao menos em sua acepção normativa, tal como está formulada pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), considera que as funções da agricultura são designadas pela sociedade levando em conta suas necessidades econômicas, sociais e ambientais (OCDE, 2001: 10). Entre as diferentes expectativas da sociedade em relação à agricultura há aquela em que se espera que esta assuma a imagem de provedora de trabalho, de rendimentos e de emprego. Essa função reveste, decerto, uma importância particular no contexto nacional de sub emprego, seja conjuntural ou crônico, e pode, a partir daí, tornar-se o objeto de políticas públicas ativas visando ajudar os proprietários agrícolas a manterem, e até mesmo a desenvolverem, suas atividades, o que, em última análise, evitaria o êxodo rural e a exacerbação do desemprego nas cidades. Mas se a relação entre agricultura e emprego fixa-se nesse sentido, sua caracterização não é de todo fácil, porquanto, por um lado, os empregos gerados pela atividade agrícola não se limitam somente ao setor agrícola e, por outro, porque os empregos podem assumir formas complexas (pluri atividade), as quais escapam aos dispositivos estatísticos. Esse trabalho propõe abordar a questão da caracterização do elo agricultura-emprego a partir de um estudo de caso localizado na Ilha Reunião, Departamento francês de além-mar (Département d'outre-mer) situado no Oceano índico1. Uma vez identificado os diferentes tipos de emprego gerados pela atividade agrícola e relembrado o contexto agrícola da Ilha Reunião. serão precisados os métodos empregados e, em seguida, apresentados e discutidos os resultados obtidos.